O que seria um dia comum de lazer em meio à natureza terminou em momentos de puro desespero para uma família na Represa Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. No domingo, 4 de maio de 2025, uma lancha que transportava quatro familiares — um casal e seus dois filhos — pegou fogo e explodiu, provocando uma grande mobilização das equipes de resgate. Apesar da gravidade do incidente, não houve vítimas fatais ou feridos graves, graças à ação rápida da Guarda Civil Metropolitana Ambiental e do Corpo de Bombeiros.
O caso, que poderia ter se transformado em tragédia, acendeu o alerta para os riscos associados ao uso de embarcações de lazer, especialmente durante períodos de alta movimentação nas águas interiores brasileiras. A Marinha do Brasil já iniciou uma investigação para apurar as causas da explosão e reforçar medidas de prevenção.
Explosão Assusta Frequentadores da Represa
Testemunhas relataram que a embarcação, identificada como lancha Uruçu, estava realizando um passeio aparentemente tranquilo quando começou a soltar fumaça. Pouco tempo depois, uma forte explosão foi ouvida, seguida por chamas intensas e uma densa coluna de fumaça preta que podia ser vista de várias partes da represa.
A embarcação foi rapidamente tomada pelo fogo, obrigando os quatro ocupantes a saltarem na água para escapar das chamas. O desespero era visível, mas a família teve sangue-frio para utilizar coletes salva-vidas e permanecer na superfície até a chegada do resgate.
A movimentação foi intensa, e muitos banhistas, pescadores e outros navegadores ficaram em estado de choque ao presenciar a cena. “Foi assustador. O barulho da explosão foi muito forte, e logo vimos a fumaça. Achamos que não haveria sobreviventes”, relatou uma testemunha que estava em outra embarcação próxima.
Resgate Rápido Evita Tragédia
A pronta atuação da Guarda Civil Metropolitana Ambiental, que realizava monitoramento de rotina na área, foi essencial para o desfecho positivo do caso. Assim que avistaram a fumaça, os agentes se aproximaram da lancha e acionaram imediatamente o Corpo de Bombeiros.
A ação coordenada permitiu que o resgate dos quatro passageiros fosse feito de forma ágil. Todos foram retirados da água conscientes e sem ferimentos aparentes, embora bastante abalados emocionalmente.
De acordo com relatos das equipes envolvidas, os coletes salva-vidas usados pela família foram fundamentais para mantê-los em segurança até a chegada dos socorristas. Especialistas reforçam que o uso correto desses equipamentos pode fazer toda a diferença em situações de emergência, salvando vidas mesmo quando não há tempo para pensar.
Marinha Inicia Investigação Oficial
Logo após o controle das chamas e o resgate dos ocupantes, a Marinha do Brasil assumiu a responsabilidade pela investigação do ocorrido. Foi instaurado um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), com o objetivo de apurar as causas exatas da explosão e propor medidas preventivas.
Uma equipe da Capitania dos Portos de São Paulo esteve no local e realizou uma perícia preliminar, recolhendo evidências e ouvindo testemunhas. Entre as hipóteses investigadas estão falhas mecânicas, problemas elétricos, vazamento de combustível ou manutenção inadequada da embarcação.
A Marinha reforça que esse tipo de investigação é padrão em casos de acidentes com embarcações e que os resultados poderão ser utilizados para revisar normas e orientar condutores de embarcações de todo o país.
Segurança Náutica em Foco: Medidas e Recomendações
Após o incidente, a Capitania dos Portos emitiu um comunicado oficial destacando a importância de três pontos essenciais para garantir a segurança nas águas:
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Manutenção preventiva regular: problemas mecânicos e elétricos podem ser evitados com inspeções periódicas feitas por profissionais qualificados.
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Equipamentos obrigatórios em dia: extintores de incêndio, coletes salva-vidas e kits de primeiros socorros devem estar disponíveis e funcionais em todas as embarcações.
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Uso constante de coletes salva-vidas: independentemente da experiência dos ocupantes ou da curta duração do passeio, o uso de coletes é indispensável.
Além disso, a Marinha disponibiliza o telefone 185 como canal exclusivo para emergências náuticas e denúncias. A população é incentivada a comunicar qualquer situação de risco, embarcações irregulares ou condutores imprudentes.
Final Feliz, Mas Um Alerta Importante
O incidente na Represa Guarapiranga teve um final feliz, mas poderia facilmente ter terminado de forma trágica. O susto vivido pela família serve como alerta para todos os que buscam lazer em rios, lagos e represas: segurança deve estar sempre em primeiro lugar.
Enquanto a investigação segue seu curso, o episódio reforça a importância da vigilância, do preparo técnico das autoridades e, principalmente, da conscientização dos próprios usuários das embarcações. Em um país com extensa malha hídrica e forte cultura náutica, prevenir é sempre o melhor caminho.