Caso Raíssa: Garoto que tirou a vida da menina a conhecia apenas há um mês; crime comoveu o país

Mãe da vítima revela detalhes comoventes sobre a relação entre a filha e o garoto que confessou o assassinato

Um dos casos mais perturbadores e tristes dos últimos anos no Brasil, envolvendo a morte de Raíssa Eloá Caparelli Dadona, de apenas 9 anos, segue comovendo e revoltando o país. A menina, que tinha diagnóstico de autismo, foi brutalmente assassinada no dia 29 de setembro de 2019, em São Paulo. O principal suspeito — e confesso — é um garoto de 12 anos, que morava na mesma rua que a vítima.

Segundo relatos da mãe de Raíssa, os dois se conheciam há cerca de um mês, mas já apresentavam uma convivência próxima. Eles frequentavam os mesmos espaços da comunidade, como a igreja e eventos do bairro, o que fazia com que a proximidade entre os dois parecesse algo inofensivo aos olhos da família e vizinhos. Câmeras de segurança registraram o momento em que o garoto leva Raíssa para fora de uma festa, em um centro de acolhimento para pessoas com deficiência, localizado no Parque Anhanguera, zona norte da capital.

As imagens mostram ambos caminhando juntos até uma área arborizada do parque, onde momentos depois o corpo da menina foi encontrado amarrado e com sinais de violência.

Família de Raíssa enfrenta luto e indignação

A mãe da menina, que possui dificuldades cognitivas, relatou que confiava na amizade entre a filha e o garoto. “Eles brincavam juntos. Ele sempre parecia calmo. Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer”, disse ela, em um depoimento emocionado que tocou o coração de milhares de brasileiros.

Vizinhos também confirmaram a aproximação recente entre os dois, apontando que nos dias anteriores ao crime eles eram frequentemente vistos juntos, inclusive frequentando a mesma igreja. Essa relação, no entanto, terminou de forma brutal, causando uma dor incalculável à família e à comunidade local.

Confissão sob silêncio e investigações em andamento

O garoto suspeito foi ouvido diversas vezes pela polícia. No terceiro depoimento, ele confessou ter matado Raíssa, mas limitou suas respostas a simples “sim” ou “não”, demonstrando frieza e ausência de detalhes, o que dificultou a compreensão da motivação exata do crime. O menor não teve sua identidade revelada por estar protegido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas a Justiça determinou sua apreensão, e ele deverá ser ouvido pelo Ministério Público.

A investigação ainda tenta esclarecer se Raíssa foi vítima de abuso sexual. Exames sexológicos foram realizados, já que seu corpo apresentava ferimentos que levantaram suspeitas. A polícia aguarda os laudos do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar ou descartar essa possibilidade.

Uma coletiva de imprensa está prevista para atualizar o caso e apresentar os avanços da investigação, que segue cercada de comoção pública e atenção da mídia nacional.

Reflexão sobre a infância, confiança e segurança

O assassinato de Raíssa gerou uma profunda onda de indignação e dor em todo o país. O fato de a vítima ser uma criança com deficiência, morta por outra criança que era considerada amiga, levanta questões delicadas sobre a infância, saúde mental, violência precoce e a fragilidade da confiança nos círculos sociais mais próximos.

Especialistas defendem que, além da responsabilização do autor, é necessário um olhar atento sobre o ambiente em que essas crianças vivem. É fundamental que haja acompanhamento psicológico, não apenas para o agressor, mas também para famílias impactadas por situações tão traumáticas. O caso também reacende o debate sobre a proteção de crianças com deficiência intelectual, muitas vezes mais vulneráveis a abusos e negligência.

Enquanto isso, a comunidade do Parque Anhanguera e todo o Brasil lamentam a perda de Raíssa, uma menina descrita como carinhosa, tranquila e alegre. Sua morte brutal é uma lembrança dolorosa de que a violência pode se esconder onde menos se espera — e de que a infância, apesar de inocente, não está imune aos perigos da sociedade.

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