Caso Larissa Rodrigues: Esposa é envenenada e marido médico é preso com a mãe como cúmplice

Investigação revela envenenamento por “chumbinho”, e prisão de médico e sua mãe gera comoção em Ribeirão Preto

O que inicialmente foi tratado como uma morte repentina e misteriosa dentro de um apartamento em Ribeirão Preto (SP) se transformou em um dos casos criminais mais chocantes dos últimos meses. Larissa Rodrigues, de 37 anos, professora e instrutora de academia, foi encontrada morta no banheiro de sua residência no mês de março deste ano.

À época, as causas do óbito ainda eram obscuras. No entanto, os laudos toxicológicos e a investigação policial reverteram completamente o cenário: Larissa foi envenenada com uma substância extremamente tóxica, e os principais suspeitos do crime são seu próprio marido, o médico Luiz Antônio Garnica, de 38 anos, e a sogra da vítima.

Nesta semana, os desdobramentos do caso culminaram com a prisão preventiva de Garnica e de sua mãe, cujos nomes não foram inicialmente divulgados pelas autoridades. Ambos foram detidos por envolvimento direto no assassinato de Larissa, segundo revelou a Polícia Civil. O caso ganhou repercussão nacional pela frieza e complexidade da ação, que agora é investigada como homicídio duplamente qualificado.

Envenenamento silencioso e investigação reveladora

A morte de Larissa inicialmente não levantou suspeitas imediatas de crime. De acordo com o boletim de ocorrência, Luiz Antônio afirmou ter chegado em casa e, ao notar a ausência da esposa, percorreu o apartamento até encontrá-la desacordada no banheiro. Ele alegou ter tentado reanimá-la, carregando-a até a cama do casal, e em seguida acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, os socorristas apenas puderam constatar o óbito.

O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) indicava sinais genéricos, como alterações no coração e nos pulmões, além da presença do chamado “cogumelo de espuma” na boca — um indicativo clínico que pode surgir tanto em mortes naturais quanto em situações de intoxicação. Isso gerou incertezas quanto à causa real da morte, adiando qualquer acusação imediata.

Com o aprofundamento das análises toxicológicas, porém, veio a confirmação: Larissa havia ingerido uma substância conhecida como “chumbinho”, um veneno ilegal de uso agrícola, altamente letal mesmo em pequenas quantidades. A presença do veneno no organismo da vítima, aliada a outros indícios levantados durante as investigações, apontou para a possibilidade de homicídio premeditado.

Prisões e foco na motivação do crime

Diante das evidências, a Polícia Civil solicitou à Justiça os mandados de prisão de Luiz Antônio Garnica e sua mãe. Ambos foram detidos preventivamente e agora estão à disposição da Justiça. A investigação busca esclarecer qual foi o papel exato da mãe do médico na execução do crime, se ela participou da administração do veneno ou agiu como cúmplice de forma indireta.

A motivação do assassinato ainda não foi oficialmente confirmada, mas há suspeitas de conflitos conjugais e interesses financeiros envolvidos, como possível disputa por patrimônio ou tentativa de encobrimento de uma relação extraconjugal. O celular do médico e outros dispositivos eletrônicos foram apreendidos e passam por perícia, com o objetivo de encontrar mensagens, buscas e provas que possam explicar o que levou ao assassinato.

Repercussão e reflexões

A morte de Larissa causou profunda tristeza e revolta entre amigos, familiares e colegas de trabalho, que descrevem a vítima como uma mulher alegre, dedicada à educação e à promoção da saúde. Nas redes sociais, mensagens de luto se multiplicaram desde que o caso ganhou notoriedade, especialmente após a confirmação do envenenamento.

Casos como este ressaltam a importância dos exames forenses detalhados, que foram essenciais para desmascarar um crime que poderia ter passado despercebido como morte natural. Além disso, o episódio reacende o alerta para os sinais silenciosos de violência doméstica, que muitas vezes se manifestam de forma dissimulada, sem marcas visíveis, mas com consequências fatais.

O processo judicial está em andamento, e os acusados devem responder por homicídio qualificado. A polícia continua reunindo provas e testemunhos para concluir o inquérito. A sociedade, por sua vez, aguarda justiça diante de uma história marcada pela traição, dor e tragédia.

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