Caso chocante levanta discussões sobre saúde mental, violência doméstica e a importância da prevenção em situações de risco
Uma tragédia abalou o pequeno município de Buriti Alegre, a cerca de 200 km da capital Goiânia, na manhã da última segunda-feira, 5 de maio. Um adolescente de apenas 15 anos de idade, identificado como Igor, foi brutalmente assassinado dentro de casa enquanto dormia. A principal suspeita do crime é sua própria mãe, uma mulher de 47 anos que foi presa em flagrante pelas autoridades locais. O caso causou forte comoção na comunidade e levanta sérias reflexões sobre os cuidados com a saúde mental e a prevenção de situações familiares de risco.
Segundo informações da Polícia Militar, vizinhos acionaram o socorro após ouvirem gritos vindos da residência onde mãe e filho moravam juntos. Ao chegarem ao local, os agentes se depararam com uma cena estarrecedora: Igor já estava sem vida, com múltiplos ferimentos causados por golpes de machado, principalmente na cabeça e no tórax. A mãe, visivelmente agitada e em estado de confusão mental, ainda segurava a arma do crime — um machado de cortar lenha — quando foi encontrada.
Imediatamente contida e presa, a mulher foi levada para exames de corpo de delito e permanece sob custódia enquanto o caso segue sendo investigado. A arma foi apreendida e o corpo do adolescente foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Itumbiara, onde passará por autópsia.
O crime, que aconteceu dentro da própria casa da família, chocou os moradores da cidade de pouco mais de 10 mil habitantes. Segundo relatos de pessoas próximas, a mulher já havia demonstrado sinais de instabilidade emocional anteriormente. Ela teria sido diagnosticada com depressão severa e possuía histórico de internações psiquiátricas. Apesar disso, até o momento, não havia registros formais de comportamento violento ou de ameaças direcionadas ao filho.
As investigações agora buscam compreender o que motivou o ataque e se há ligação direta entre o ato e um possível surto psicótico. A Delegacia de Polícia Civil responsável pelo caso já iniciou a coleta de depoimentos de vizinhos, familiares e conhecidos da vítima e da suspeita, além de aguardar os laudos periciais que devem confirmar a dinâmica do crime.
A mulher será indiciada por homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe e uso de meio cruel, segundo as autoridades. No entanto, a Defensoria Pública deve solicitar uma avaliação psiquiátrica para verificar se ela tinha plena capacidade de compreender seus atos no momento do crime. Caso fique comprovado que ela estava em surto ou apresentava distúrbios mentais severos, poderá ser considerada inimputável. Nessa situação, a justiça pode determinar sua internação em uma instituição de saúde mental, ao invés da prisão em regime fechado.
Enquanto o processo segue em andamento, o clima em Buriti Alegre é de tristeza e perplexidade. Amigos da vítima e moradores locais utilizam as redes sociais para prestar homenagens ao jovem Igor, descrevendo-o como um rapaz tranquilo e respeitoso. Muitas manifestações de solidariedade e pedidos por justiça vêm sendo feitos por pessoas da comunidade.
Casos como esse acendem um alerta sobre a importância de políticas públicas voltadas à saúde mental, especialmente para pessoas que já apresentam histórico de doenças psíquicas. Também ressalta a necessidade de apoio a famílias em situações de vulnerabilidade, para que tragédias como essa possam ser evitadas.
A expectativa é de que nos próximos dias novos desdobramentos venham à tona, com a conclusão de laudos e o avanço do inquérito policial. Enquanto isso, o município segue em luto, diante de um episódio que ficará marcado na história da cidade.