Na madrugada desta segunda-feira (21), o mundo se despediu de uma das figuras religiosas mais influentes dos últimos tempos. O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, faleceu aos 88 anos de idade. O anúncio oficial de sua morte foi feito pelo Vaticano às 2h35 pelo horário de Brasília (7h35 no horário local de Roma), encerrando um pontificado marcado pela simplicidade, empatia e dedicação aos mais necessitados.
Uma trajetória de fé e serviço
Argentino de nascimento, Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, no dia 17 de dezembro de 1936. Filho de imigrantes italianos, ingressou na Companhia de Jesus (os jesuítas) e foi ordenado sacerdote em 1969. Com o passar dos anos, tornou-se uma figura respeitada na Igreja Católica da América Latina, sendo nomeado arcebispo de Buenos Aires em 1998 e posteriormente cardeal em 2001.
Sua atuação pastoral sempre foi marcada pela proximidade com o povo, especialmente os mais pobres e marginalizados. Ele optava por uma vida simples, recusando luxos e preferindo se locomover de transporte público, atitudes que prenunciavam o estilo de liderança que adotaria no Vaticano.
Eleição histórica ao papado
Em 2013, após a renúncia histórica do Papa Bento XVI — a primeira em quase 600 anos —, o conclave escolheu Bergoglio como novo líder da Igreja Católica. Assim, ele se tornou o 266º Papa da história e o primeiro das Américas, o primeiro jesuíta e o primeiro com o nome de Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, conhecido por sua humildade e amor aos pobres.
Desde o início de seu pontificado, Francisco demonstrou o desejo de renovar a Igreja e aproximá-la do povo. Seu estilo simples, suas palavras acessíveis e sua postura acolhedora conquistaram fiéis ao redor do mundo, inclusive entre não católicos.
O comunicado oficial do Vaticano
A notícia de sua morte comoveu milhões de pessoas ao redor do mundo. Em nota oficial, o Vaticano declarou:
“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”
Um legado que transcende fronteiras
O pontificado de Francisco será lembrado por muitas marcas importantes. Ele lutou por uma Igreja mais inclusiva e acolhedora, aberta ao diálogo inter-religioso, ao cuidado com o meio ambiente — tendo escrito a encíclica Laudato Si’, sobre a importância da preservação da “casa comum” — e à justiça social.
Francisco também buscou reformas internas no Vaticano, enfrentou escândalos e defendeu com coragem os direitos dos migrantes, dos pobres e das populações marginalizadas. Foi um papa que falou de misericórdia em vez de julgamento, de pontes em vez de muros, de amor em vez de ódio.
Homenagens ao redor do mundo
Diversas autoridades religiosas e líderes mundiais expressaram suas condolências. Missas, vigílias e cerimônias em sua memória estão sendo organizadas em vários países. Fiéis lotaram a Praça de São Pedro, no Vaticano, muitos em silêncio, outros rezando ou segurando velas.
A comoção é geral. Independentemente da religião, Francisco deixou um impacto profundo por sua humanidade e sua voz profética num mundo marcado por desigualdades e divisões.
O próximo passo da Igreja
Com a morte de Francisco, inicia-se um período de luto e preparação para a escolha de seu sucessor. O Colégio de Cardeais será convocado para um novo conclave, que elegerá o próximo Papa, responsável por continuar a missão de guiar a Igreja Católica diante dos desafios contemporâneos.
Enquanto isso, o mundo se despede de Francisco com gratidão e saudade. Seu legado de humildade, amor e justiça permanecerá vivo na memória da Igreja e na história da humanidade.