Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, foi vista pela última vez tentando retornar para casa após visitar o namorado. Seu corpo foi encontrado dias depois, causando comoção e levantando sérias preocupações sobre segurança urbana.
Uma semana marcada pela angústia, buscas e orações teve um desfecho trágico e devastador para a família e amigos da estudante Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos. A jovem, mestranda da Universidade de São Paulo (USP), desapareceu no domingo, dia 13 de abril, e foi encontrada morta quatro dias depois, nos fundos de um estacionamento na zona leste da capital paulista.
Bruna era formada em Turismo pela USP e cursava mestrado em Mudança Social e Participação Política na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP). Mãe de um menino de 7 anos, ela era vista por todos como uma mulher inteligente, batalhadora e cheia de sonhos.
Na noite do desaparecimento, Bruna estava voltando da casa do namorado, que mora no Butantã, zona oeste de São Paulo, em direção à casa dos pais, localizada em Itaquera, na zona leste. Durante o trajeto, ela parou no terminal de ônibus da estação de metrô Itaquera, onde precisou carregar o celular em uma banca de jornal.
Segundo uma amiga próxima, Karina Amorim, Bruna enviou uma mensagem ao namorado por volta das 22h pedindo ajuda para pagar um carro de aplicativo, pois já estava tarde e ela se sentia insegura para seguir sozinha. O valor foi transferido, mas infelizmente, o celular de Bruna descarregou antes que ela pudesse solicitar o transporte. Ela foi vista online pela última vez às 22h21. Depois disso, o silêncio. Bruna simplesmente desapareceu.
A família, em desespero, mobilizou-se imediatamente. Amigos iniciaram campanhas nas redes sociais e grupos de buscas se formaram em diversas regiões da cidade. No entanto, as esperanças foram enterradas na quinta-feira (17), quando o corpo de Bruna foi encontrado enrolado em um saco preto, nos fundos de um estacionamento na Avenida Miguel Ignácio Curi, região da Vila Carmosina, zona leste de São Paulo — a poucos quilômetros de onde ela deveria ter chegado naquela noite.
A Polícia Civil investiga o caso como morte suspeita e aguarda laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal (IML) para determinar a causa da morte. Até o momento, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou apenas que o caso está sendo conduzido pelo 24º Distrito Policial (Ponte Rasa), e que mais informações serão divulgadas após a conclusão dos exames periciais.
A comoção foi intensa nas redes sociais. Amigos e colegas de faculdade se manifestaram com homenagens emocionadas. Karina, a amiga que acompanhou de perto os esforços para localizar Bruna, desabafou: “Eu não quero acreditar que mataram minha amiga. Que dor, meu Deus”.
A mãe de Bruna, em uma publicação dilacerante, expressou o sentimento de uma perda irreparável: “Tiraram a vida da minha filha e me mataram junto. Essa dor eu não consigo mensurar…”
Esse caso acende um alerta urgente sobre os riscos enfrentados diariamente por mulheres em deslocamentos noturnos, especialmente em grandes centros urbanos. A ausência de segurança em locais públicos, a dependência de dispositivos móveis e a falta de assistência em momentos críticos revelam fragilidades profundas em nossa estrutura social.
Além de buscar justiça para Bruna, familiares e amigos agora lutam para preservar sua memória e garantir que sua morte não seja em vão. A jovem, que lutava para transformar a sociedade por meio da educação e da participação política, deixou um legado de força, dedicação e amor — especialmente pelo filho, que agora crescerá sem a presença da mãe.
Enquanto a investigação segue, a cidade de São Paulo chora a perda de mais uma vida jovem, interrompida de forma cruel. E a sociedade, mais uma vez, é chamada a refletir: até quando mulheres terão medo de voltar para casa?