O mundo do jornalismo está de luto com a morte da apresentadora e ativista Wanda Chase, anunciada nesta última quarta-feira, 2 de abril. A comunicadora, que era uma das vozes mais representativas da imprensa baiana, faleceu após não resistir a um procedimento cirúrgico realizado para tratar um aneurisma. Sua partida foi recebida com grande comoção, e muitos lamentam a perda de uma profissional brilhante e engajada.
A cirurgia aconteceu em uma unidade de saúde em Salvador, onde Wanda estava internada. Sua trajetória profissional, marcada por 27 anos de dedicação na TV Bahia, consolidou-a como referência tanto no jornalismo como na luta por maior representatividade negra na mídia brasileira. Além de sua atuação na TV, Wanda também passou por importantes veículos de comunicação, como a Rede Manchete, TV Cabo Branco e Globo Nordeste. Sua versatilidade a levou a atuar como assessora de imprensa e, após sua aposentadoria, a explorar novas frentes como colunista e podcaster.
De Amazonas para a Bahia: Uma história de sucesso
Nascida no Amazonas, Wanda Chase mudou-se para a Bahia em 1991, onde construiu uma carreira brilhante. Seu trabalho destacou-se especialmente pela valorização da cultura afro-brasileira, um tema que abraçou com paixão ao longo dos anos. Seu talento e dedicação renderam-lhe 45 prêmios e o título de cidadã honrária, reconhecimento de seu impacto na comunicação e na luta por diversidade e inclusão.
O sepultamento da apresentadora está previsto para este sábado, 5 de abril, aguardando a chegada de familiares de outros estados para a despedida.
Uma luta silenciosa contra problemas de saúde
Nos últimos meses, Wanda Chase enfrentava complicações de saúde. Cerca de um mês antes de sua morte, a jornalista relatou sintomas que inicialmente foram diagnosticados como infecção urinária e intestinal. Contudo, seu quadro se agravou, levando-a a buscar atendimento médico novamente na quarta-feira, quando foi diagnosticada com aneurisma dissecante da aorta.
Essa condição crítica ocorre quando há um rompimento na camada interna da artéria, podendo levar a complicações fatais. Wanda foi submetida a uma cirurgia às 17h daquele dia, mas infelizmente não resistiu e teve sua morte confirmada cerca de seis horas depois.
Um legado de inspiração e amizade
Além de seu trabalho notável na comunicação, Wanda Chase cultivou amizades especiais, incluindo uma relação próxima com a também renomada jornalista Glória Maria, falecida em 2023. Em uma entrevista ao G1, Wanda relembrou momentos marcantes que compartilhou com Glória, como o processo de adoção das filhas da amiga e um encontro memorável no Rio de Janeiro em 2020.
Entre suas memórias, destacou um episódio curioso sobre a vaidade de Glória Maria. “Numa entrevista, revelei minha idade e ela logo brincou: ‘Para que revelar minha idade? Só eu e meu médico sabemos!’.” O bom humor e a cumplicidade entre elas refletiam a admiração mútua e a força de duas mulheres que abriram caminhos na televisão brasileira.
Despedida de uma grande profissional
A morte de Wanda Chase deixa um vácuo no jornalismo e na luta por maior diversidade na mídia. Sua história de dedicação, talento e compromisso com a verdade continuará inspirando futuras gerações. Amigos, colegas de profissão e admiradores rendem homenagens a essa mulher que fez história e deixou um legado inegável na comunicação brasileira.
Que sua trajetória seja lembrada não apenas pelo brilhantismo profissional, mas também pelo impacto social e cultural que promoveu em sua jornada.