Paciente de 35 Anos Morre Após Complicações e Suposta Negligência em Atendimento
A morte de Kamila Costa Quadra, de 35 anos, após um procedimento odontológico realizado na cidade da Serra, no Espírito Santo, gerou revolta e questionamentos por parte da família, que agora busca explicações sobre possíveis falhas no atendimento.
O caso está sob investigação e levanta preocupações sobre a assistência médica e odontológica prestada à paciente.
O Procedimento e o Início dos Sintomas
Tudo começou em 5 de fevereiro, quando Kamila quebrou um dente enquanto se alimentava e precisou passar por um procedimento de aumento de coroa dentária, que envolveu uma raspagem gengival.
A intervenção foi realizada em uma clínica odontológica, mas, segundo relatos da família, nenhum medicamento foi prescrito para o pós-operatório.
Nos dias seguintes, Kamila começou a sentir dores intensas na boca e a notar um inchaço no rosto, indícios de que algo estava errado. Preocupada, entrou em contato com a clínica odontológica onde havia realizado o procedimento e relatou os sintomas preocupantes.
Em resposta, a dentista apenas recomendou um bochecho e afirmou que o problema não estava relacionado ao tratamento realizado.
Busca por Atendimento e Diagnóstico Tardio
Mesmo diante da piora no quadro de saúde, Kamila não recebeu um atendimento adequado de imediato. Posteriormente, ao procurar novamente a clínica, recebeu apenas um áudio da profissional recomendando que buscasse um cirurgião bucomaxilofacial.
Seguindo a orientação, Kamila procurou um especialista, que rapidamente identificou a gravidade da sua condição e alertou que ela precisava de atendimento hospitalar urgente.
Nos dias seguintes, Kamila buscou ajuda em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por quatro vezes, mas, segundo os familiares, recebeu apenas analgésicos e foi liberada sem maiores exames ou intervenções médicas. Somente na última visita, após insistência da mãe, os médicos decidiram investigar mais a fundo sua condição.
Exames detalhados confirmaram uma infecção grave, o que levou à sua transferência para o Hospital Estadual Dório Silva, no dia 19 de fevereiro.
Internação e Evolução do Quadro Clínico
Já internada, Kamila passou por uma cirurgia na boca no dia 21 de fevereiro, na tentativa de conter a infecção. No entanto, sua condição não apresentou melhora. A infecção se espalhou rapidamente, atingindo o sistema respiratório e evoluindo para uma pneumonia severa.
Nos dias seguintes, o comprometimento pulmonar de Kamila aumentou drasticamente, chegando a atingir 75% da capacidade respiratória. Com a piora do quadro, os médicos decidiram intubá-la para tentar estabilizar sua condição.
No entanto, na sexta-feira, 7 de março, Kamila sofreu uma parada cardiorrespiratória e veio a óbito. De acordo com o laudo médico, a causa da morte foi um choque séptico decorrente de uma infecção generalizada.
Família Clama por Justiça e Investigação Está em Andamento
A família de Kamila agora busca respostas e acredita que houve negligência desde o primeiro atendimento odontológico até os dias em que a paciente buscou ajuda médica nas UPAs. Para eles, a falta de uma avaliação adequada e a demora no diagnóstico da infecção podem ter sido fatores cruciais para o agravamento do quadro e consequente óbito de Kamila.
A clínica odontológica e as unidades de saúde onde Kamila buscou atendimento ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso. Enquanto isso, as investigações seguem em andamento para apurar possíveis falhas nos atendimentos prestados.
O caso também levanta questionamentos sobre os protocolos de segurança adotados em procedimentos odontológicos e a importância de uma resposta rápida diante de sintomas alarmantes.
A morte de Kamila deixou familiares e amigos consternados e reforça a necessidade de maior atenção e cuidado no acompanhamento pós-operatório de pacientes submetidos a qualquer tipo de procedimento médico ou odontológico.
O desfecho trágico do caso reforça o alerta para a importância de uma investigação rápida e rigorosa para que, se comprovada negligência, os responsáveis sejam devidamente responsabilizados.